quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Precisei de dicionário...confesso....


Quase todas as semanas leio o Jornal de Oeiras. Nele, encontro a crónica semanal de Dr. Nuno Campilho, o actual Presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos. Adiante, tratarei o Dr. Nuno Campilho apenas pelo seu nome, para evitar formalismos desnecessários. Os temas que aborda nas crónicas, e como é natural, umas vezes agradam-me, outras nem por isso. Contudo, sempre fui capaz de perceber o que lia.

A edição desta semana, publicada a 16 de Fevereiro, comemora os 6 anos do Jornal de Oeiras. Várias personalidades foram convidadas a participar na edição, escrevendo um texto sobre a efeméride. Naturalmente que Nuno Campilho foi um dos eleitos. E é sobre o seu texto que gostaria de fazer um pequeno comentário.



Ao ler o texto, deparei-me com uma situação pouco habitual. No final do primeiro parágrafo, já me fazia acompanhar de um dicionário de língua portuguesa, coisa que já não acontecia desde os tempos de faculdade, em que um professor tinha a mania de usar palavras que até os dicionários desconhecem.

Bom, como dizia, no final do primeiro parágrafo fiquei preocupado com a saúde de Nuno Campilho, depois de saber que se sentiu "compungido". Corri para um dicionário de saúde mas, descansei quando verifiquei que não se trata de nenhuma doença. Segui então para o tal dicionário de língua portuguesa. Aí sim, encontrei o significado para a palavra "compungir":

verbo transitivo
1. causar compunção a
2.afligir
3.enternecer
verbo pronominal
1.ter compunção
2.arrepender-se
3.enternecer-se; sentir dó

Ora, fiquei ainda mais baralhado. É que Nuno Campilho escreve o seguinte "Numa situação tão especial como esta em que o Jornal de Oeiras comemora mais um aniversário, sinto-me compungido - por gosto, não por obrigação - a associar-me com este singelo depoimento." O problema é que, por muito que eu substitua a palavra "compungido" por cada um dos seus possíveis significados, não entendo como é que o Nuno se sentia verdadeiramente. Provavelmente cansado.

Depois de ter "tropeçado" neste quebra-cabeças, avancei no texto e, mais adiante, voltei a deparar-me com outro problema. A dada altura, Nuno Campilho diz que "...só o Jornal de Oeiras me permite, ter uma crónica regular, onde me é permitido dar azo a um dos meus mais prazeirentos ofícios...escrever!..." Eu até entendo que Nuno goste de escrever, e partilho desse gosto. No entanto, quando o faço, tento utilizar apenas palavras que existam de facto. É que, mesmo depois de ter visitado quase todos os dicionários que tinha disponíveis, fiquei sem saber o que significa a palavra "prazeirento". Eu até entendo que quisesse dizer que escrever é umas das actividades que lhe dá mais prazer, mas podia escrevê-lo com palavras "a sério".

Aproveito para deixar aqui mais algumas palavras cujos significados, confesso, tive de ir ver.

Propalado: tornar público; espalhar; divulgar; propagar
Pífio: de má qualidade; de mau gosto; desprezível, reles; vil
Bulício: rumor prolongado; sussurro; murmúrio; agitação


Relativamente à citação escolhida por Nuno Campilho, retirada do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa para ilustrar as suas ideias, prefiro nem comentar porque me deixou...desassossegado...naturalmente...

1 comentário:

  1. Olá!

    Grato pela visita ao Rememorar Oeiras.

    Este blog é muito interessante. Parabéns!

    Linkei-o no Espaço e Memória - aqui.

    Bons Ventos!

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