sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A Gravata


Não sou assessor de imagem, nem muito atento às questões relacionadas com moda. Independentemente disso, concordo plenamente que este factor é muito importante, nomeadamente para as figuras públicas.
Há já alguns anos que sigo a imprensa de Oeiras, desde publicações da Câmara Municipal de Oeiras, quer de algumas Juntas de Freguesia. Uma delas é a de Barcarena, que publica o seu boletim semestral - Barcarena Respira Futuro. Nesta publicação, podemos encontrar diversas informações sobre a freguesia, obras realizadas e entrevistas. No entanto, algo estranho acontecia, de cada vez que virava uma página. Era como se eu estivesse a ser observado por algo ou alguém dentro da própria publicação. Passei horas a "passear" por todas as edições da Barcarena Respira Futuro e, de cada vez que virava a página, mais estranha me parecia a situação, até que, um dia, descobri. Ao virar uma página, percebi que esta tinha algo em comum com a anterior e com a anterior a essa - a gravata. Afinal tratava-se de uma gravata que, ao longo de pelo menos 2 anos aparece na revista, insistentemente enrolada ao pescoço do Sr. Presidente Vítor Alves. É como se aquela gravata fosse um prolongamento do corpo do Sr. Presidente.
Se para mim é estranho e assustador deparar-me com tanta frequência com a gravata, imagino o que não será ter que viver diáriamente com ela enrolada ao pescoço. Pobre presidente. Ainda por cima, tem que usar sempre a mesma cor. E uma pessoa que, ao que dizem, tem tanta facilidade em mudar de cor...
Nota: as fotos da montagem foram todas retiradas da revista mencionada, pelo que poderão ser observadas no seu ambiente natural.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Precisei de dicionário...confesso....


Quase todas as semanas leio o Jornal de Oeiras. Nele, encontro a crónica semanal de Dr. Nuno Campilho, o actual Presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos. Adiante, tratarei o Dr. Nuno Campilho apenas pelo seu nome, para evitar formalismos desnecessários. Os temas que aborda nas crónicas, e como é natural, umas vezes agradam-me, outras nem por isso. Contudo, sempre fui capaz de perceber o que lia.

A edição desta semana, publicada a 16 de Fevereiro, comemora os 6 anos do Jornal de Oeiras. Várias personalidades foram convidadas a participar na edição, escrevendo um texto sobre a efeméride. Naturalmente que Nuno Campilho foi um dos eleitos. E é sobre o seu texto que gostaria de fazer um pequeno comentário.



Ao ler o texto, deparei-me com uma situação pouco habitual. No final do primeiro parágrafo, já me fazia acompanhar de um dicionário de língua portuguesa, coisa que já não acontecia desde os tempos de faculdade, em que um professor tinha a mania de usar palavras que até os dicionários desconhecem.

Bom, como dizia, no final do primeiro parágrafo fiquei preocupado com a saúde de Nuno Campilho, depois de saber que se sentiu "compungido". Corri para um dicionário de saúde mas, descansei quando verifiquei que não se trata de nenhuma doença. Segui então para o tal dicionário de língua portuguesa. Aí sim, encontrei o significado para a palavra "compungir":

verbo transitivo
1. causar compunção a
2.afligir
3.enternecer
verbo pronominal
1.ter compunção
2.arrepender-se
3.enternecer-se; sentir dó

Ora, fiquei ainda mais baralhado. É que Nuno Campilho escreve o seguinte "Numa situação tão especial como esta em que o Jornal de Oeiras comemora mais um aniversário, sinto-me compungido - por gosto, não por obrigação - a associar-me com este singelo depoimento." O problema é que, por muito que eu substitua a palavra "compungido" por cada um dos seus possíveis significados, não entendo como é que o Nuno se sentia verdadeiramente. Provavelmente cansado.

Depois de ter "tropeçado" neste quebra-cabeças, avancei no texto e, mais adiante, voltei a deparar-me com outro problema. A dada altura, Nuno Campilho diz que "...só o Jornal de Oeiras me permite, ter uma crónica regular, onde me é permitido dar azo a um dos meus mais prazeirentos ofícios...escrever!..." Eu até entendo que Nuno goste de escrever, e partilho desse gosto. No entanto, quando o faço, tento utilizar apenas palavras que existam de facto. É que, mesmo depois de ter visitado quase todos os dicionários que tinha disponíveis, fiquei sem saber o que significa a palavra "prazeirento". Eu até entendo que quisesse dizer que escrever é umas das actividades que lhe dá mais prazer, mas podia escrevê-lo com palavras "a sério".

Aproveito para deixar aqui mais algumas palavras cujos significados, confesso, tive de ir ver.

Propalado: tornar público; espalhar; divulgar; propagar
Pífio: de má qualidade; de mau gosto; desprezível, reles; vil
Bulício: rumor prolongado; sussurro; murmúrio; agitação


Relativamente à citação escolhida por Nuno Campilho, retirada do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa para ilustrar as suas ideias, prefiro nem comentar porque me deixou...desassossegado...naturalmente...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Eleições de Outubro de 2009

Bem sei que as eleições já foram em Outubro do ano passado, no entanto, ainda hoje tento perceber como foi possível aquele resultado. Sempre pensei que Oeiras se destacava, que estava uns degraus acima dos demais concelhos. Sempre considerei importante o facto de Oeiras ser o município com a mais elevada taxa de licenciados no país. De que vale isso? Nada. Percebi, aliás, que à medida que a taxa de licenciados sobe, a importância de valores como honestidade, confiança e justiça descem.
No Jornal deNotícias on-line de 3 de Agosto de 2009, pode ler-se:
"Isaltino Morais foi condenado a sete anos de prisão efectiva e ainda a uma pena acessória de perda de mandato.

O autarca de Oeiras foi considerado culpado por um crime de corrupção passiva por ilícito, no caso da Urbanização da Medrosa. Isaltino foi também considerado culpado por um crime de abuso de poder, por um crime de branquamento de capitais e por outro de fraude fiscal."
Depois disto, Isaltino Morais candidata-se (porque foi possível interpor recurso a esta decisão) e, pasme-se, ganha as eleições. Não só ganha, como aumenta a percentagem de votantes em relação a 2005 - 34,95% em 2005 para 41,3 em 2009. Isto, numa terra de Doutores.
O caso de Isaltino Morais, não foi o único a envolver presidentes de autarquias com os tribunais. Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres etc., no entanto foi o que teve o desfecho mais inesperado. Ao passo que Fátima Felgueiras perdeu as eleições nas urnas e Ferreira Torres foi impedido de se candidatar, por lhe ter sido sentenciada perda de mandato pelo Tribunal Constitucional, Isaltino Morais viu o mandato renovado pelos Doutores de Oeiras.
Sinceramente, tenho vergonha...