segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ó xô Presidente, mas que grande barraca...


Presidente Cavaco, sei que me está a ler. Devo dizer-lhe que, enquanto português, me senti profundamente "desrepresentado" no velório e no funeral de José Saramago. Eu sei que o senhor e Saramago não iam muito (nem muito nem pouco...nada mesmo), com a cara um do outro, mas o senhor tinha o DEVER de me representar nestas cerimónias. José Saramago não era pessoa fácil, e era mesmo detentora de irritantes defeitos de feitio e carácter, contudo, por inumeras vezes representou e levou Portugal além fronteiras. A obra de Saramago é lida nos quatro cantos do mundo. Portugal está, também graças a Saramago, espalhado pelo planeta. E isso, senhor presidente, vale mais que qualquer querela política ou pessoal.
Ainda há alguns dias, ao aprovar o casamento homosexual - a meu ver, bem - referiu que o fez contra a sua consciência, mas valores mais altos se levantaram. Sim, está certo, mas neste caso deveria ter feito o mesmo. Deveria ter representado o povo português porque, em última instância , é para isso que lhe pagam.
Abraço Presidente Cavaco

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